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  • Foto do escritorMarcelo Hugo da Rocha

Você sofre com sentimento de culpa?

Talvez um dos sentimentos mais comuns e presentes na clínica, muito reclamado pelos pacientes, ao lado da ansiedade, seja a culpa. Praticamente, todo mundo tem algo que convive e lamenta. Não tenho dúvidas que as redes sociais sejam um forte gatilho para disparar aquela culpa ou para mantê-la como uma ferida aberta, que nunca cura.


Um exemplo de agora é diante da tragédia climática do Rio Grande do Sul. Eu mesmo enxerguei este sentimento de perto. Enquanto via meus colegas na linha de frente em abrigos, fiquei recolhido junto com a minha família. Ao comparar o que os outros faziam (e eu não), criava uma fissura emocional e gerava culpa por não estar nos locais que eles estavam, mesmo que eu tenha ajudado nos bastidores de diversas campanhas de arrecadação. Porém, eu continuava não estando "lá".


As redes sociais alimentam demais esta culpa.


O sentimento de culpa por si só não é ruim, pois ele pode nos ensinar com erros que cometemos, como uma discussão desnecessária com um amigo ou familiar. Ele fica lá martelando, nos faz pensar o que fizemos e não deveríamos ou poderíamos ter feito diferente até nos levarmos à reconciliação. Porém, ele pode se tornar um tormento difícil de lidar, numa ruminação e, por sua vez, a um estado depressivo.


Veja aquelas pessoas que são muito autocríticas ou perfeccionistas, também tem quem queira ser boazinha ou que deseja ser aceita por todos. Todas estas sofrem mais do que o normal por sentimento de culpa, pois sentem os erros com maior gravidade e todo e qualquer fracasso são tratados do mesmo modo, com muito rigor.


Na clínica, tenho costume de usar uma imagem didática para ajudar a lidar: a "caixinha de sentimentos de culpa". Podemos escrever num bloco de notas e ali colocamos situações que a paciente se sente culpada. Só este gesto já alivia bastante a mente de preocupações que ficam circulando sem parar e depois trabalhamos cada uma delas. Este modo figurativo também já dá uma certa distância destes sentimentos, como alguém que esteja olhando "de fora". Ajuda bastante.


Assim, caso seja o seu caso, sugiro seguir esta dica simples, mas poderosa.


Se há sentimentos mais complexos em razão de situações aparentemente insolúveis, sugiro procurar um psicólogo para conversar a respeito, pois como uma bola de neve rolando, a cada dia que passa, eles crescem com força e fica mais difícil derreter para ter paz de espírito.


Para finalizar, uma outra dica simples, agora para aprender a lidar com as comparações nas redes sociais, do que "todo mundo" está fazendo (e você não), é uma receita caseira que as nossas mães sempre nos ensinaram: "você não é todo mundo". Simples assim.








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